Pedro olhava de quinze em quinze minutos para o relógio,
comparava com o mostrador da tela do PC do trabalho. Não via a hora de sair do
trabalho e ir no barzinho que, já fazia uma semana, tinha combinado de se
encontrar com Maria.
Haviam combinado de se encontrar, exatamente as 19:30, na
frente do balcão. Ele, estaria de camisa azul, ela, de vestido vermelho. A
ansiedade era tanta, que até quando deu o horário de sair, esqueceu de enviar o
ultimo e-mail de relatório. Teve que voltar a ligar o PC, esperar aquela maquina
obsoleta realizar todos os parâmetros enquanto olhava incessantemente para o relógio,
e começou a digitar o mais rápido que pode.
Maria, acordou mais cedo e foi pra academia. Achava que
aquela noite tinha que estar mais durinha que de costume, mesmo sabendo que até
a noite não seria aquela serie para o bumbum que faria a diferença, mas para
sua consciência, já seria um abono. Foi trabalhar e tentava notar se os colegas
de trabalho a olhavam diferente, se sua intenção para a noite estava
transparecendo mais do que ela queria, afinal, aquela noite prometia. Também, não
era sempre que ela ia mais arrumadinha, aquele vestido era um tanto colado para
o ambiente empresarial. Lembrou que não foi ao salão, e pensou “bom, no escuro
todo gato é pardo, vai assim mesmo!”.
Maria chegou antes, deu uma olhada em volta, tentando
acha-lo, mas de uma maneira blasé para não demonstrar que já estava molhada so
de pensar no que viria depois, e foi em direção ao balcão. Pediu uma taça de
vinho, ficou estrategicamente sentada de modo que pudesse olhar pelo espelho atrás
das garrafas, quem chegava e podia até, ensaiar algum flerte.
Pedro, pegou
transito por causa de uma passeata, ele até gostava de passeatas, mas naquela
noite ele so queria chegar logo ao encontro. Chegou com 4 minutos de atraso ao horário
marcado, e foi direto ao balcão, e viu a moça de vermelho.
Foi em direção dela
ao mesmo tempo em que, um garçom descuidado, esbarrou num cliente, a bandeja
cheia de copos de chopps virou justamente em cima da moça de vermelho que, com
toda razão, perdeu as estribeiras, gritou, xingou, e saiu mais vermelha de
raiva que seu próprio vestido, passou direto por Pedro e foi embora.
Pedro chegou em casa, sua mulher já havia chego e estava no
banho. Ele tirou a roupa, abriu a porta
do Box e entrou. Não sabia como começar o assunto, se deveria confessar o
porque de sua demora, mas mesmo assim disse: “Amor, você estava linda naquele
vestido vermelho, na verdade, estava muito gostosa, se eu fosse cantar alguém naquele
bar, era você!”
Maria então responde: “Que ódio viu, Pedro! Que garçom mais mané!
Da próxima vez vou tentar uma mesa! Estragou meu vestido, e já tinha levado
duas cantadas... mas vem cá, esfrega minhas costas!”
Virou-se e empinou o
bumbum. Pedro sorriu e pensou, que a noite não estava totalmente perdida.