sexta-feira, julho 05, 2013

Encontro

Pedro olhava de quinze em quinze minutos para o relógio, comparava com o mostrador da tela do PC do trabalho. Não via a hora de sair do trabalho e ir no barzinho que, já fazia uma semana, tinha combinado de se encontrar com Maria.

Haviam combinado de se encontrar, exatamente as 19:30, na frente do balcão. Ele, estaria de camisa azul, ela, de vestido vermelho. A ansiedade era tanta, que até quando deu o horário de sair, esqueceu de enviar o ultimo e-mail de relatório. Teve que voltar a ligar o PC, esperar aquela maquina obsoleta realizar todos os parâmetros enquanto olhava incessantemente para o relógio, e começou a digitar o mais rápido que pode.

Maria, acordou mais cedo e foi pra academia. Achava que aquela noite tinha que estar mais durinha que de costume, mesmo sabendo que até a noite não seria aquela serie para o bumbum que faria a diferença, mas para sua consciência, já seria um abono. Foi trabalhar e tentava notar se os colegas de trabalho a olhavam diferente, se sua intenção para a noite estava transparecendo mais do que ela queria, afinal, aquela noite prometia. Também, não era sempre que ela ia mais arrumadinha, aquele vestido era um tanto colado para o ambiente empresarial. Lembrou que não foi ao salão, e pensou “bom, no escuro todo gato é pardo, vai assim mesmo!”.

Maria chegou antes, deu uma olhada em volta, tentando acha-lo, mas de uma maneira blasé para não demonstrar que já estava molhada so de pensar no que viria depois, e foi em direção ao balcão. Pediu uma taça de vinho, ficou estrategicamente sentada de modo que pudesse olhar pelo espelho atrás das garrafas, quem chegava e podia até, ensaiar algum flerte.

 Pedro, pegou transito por causa de uma passeata, ele até gostava de passeatas, mas naquela noite ele so queria chegar logo ao encontro. Chegou com 4 minutos de atraso ao horário marcado, e foi direto ao balcão, e viu a moça de vermelho. 

Foi em direção dela ao mesmo tempo em que, um garçom descuidado, esbarrou num cliente, a bandeja cheia de copos de chopps virou justamente em cima da moça de vermelho que, com toda razão, perdeu as estribeiras, gritou, xingou, e saiu mais vermelha de raiva que seu próprio vestido, passou direto por Pedro e foi embora.

Pedro chegou em casa, sua mulher já havia chego e estava no banho.  Ele tirou a roupa, abriu a porta do Box e entrou. Não sabia como começar o assunto, se deveria confessar o porque de sua demora, mas mesmo assim disse: “Amor, você estava linda naquele vestido vermelho, na verdade, estava muito gostosa, se eu fosse cantar alguém naquele bar, era você!”

Maria então responde: “Que ódio viu, Pedro! Que garçom mais mané! Da próxima vez vou tentar uma mesa! Estragou meu vestido, e já tinha levado duas cantadas... mas vem cá, esfrega minhas costas!” 

Virou-se e empinou o bumbum. Pedro sorriu e pensou, que a noite não estava totalmente perdida.