terça-feira, setembro 16, 2008

Um conto que eu conto

Seu nome era Jacob Nonatto, filho de uma tradicional família do interior do Paraná . Cidade esta de singelo nome Cambará, famosa por sua pinga, rara hoje em dia pois em algum momento a destilaria teve que fechar suas portas, por conta de um rombo em seu livro caixa. Coisas relacionadas a algum nome importante, la de Cambará, claro.

Jacob, como todos os meninos daquela época, passava os dias jogando

bola de capotão com seus amigos, ia pra escola de manha, ajudava

seus pais na sua também tradicional loja de conveniências, como

diriam os comerciantes de hoje, naquela época, chamava-se

o imponente nome de “Venda Nonatto”. Jacob, como também todas as crianças

daquela época, fez crisma, 1ª comunhão e demais convenções que uma

família tradicional, católica apostólica romana, exige. Ele era o tipo de

garoto que ficava horas viajando, na sua cachola,

deitado no gramado de casa, olhando os

formatos das nuvens, e pensando como poderia, aqueles amontoados de pingo de água, como aprendeu na escola, que eram as nuvens, imitarem os bichos que tem aqui em baixo. Deus era um cara danado de esperto mesmo. Bom, o tempo passou e como acontece com todos os que crescem no interior e que não querem ficar por lá, foi embora pra capital. Seu primeiro emprego foi de chapeiro numa famosa rede de fast-foods, o que já era um avanço entrar numa empresa famosa que via na TV lá em Cambará. Ia pra casa tarde da noite, aprendeu algumas gírias e quando dava, olhava pras nuvens, e o que ele via eram os sanduíches que ele tinha que montar no emprego, não mais os bichos. Deus era um cara danado mesmo. Ele mostra o que agente descobre, imagina aquelas nuvens que não formam nada, pelo menos que ele conhecia. No emprego, ele foi apelidado de “judeuzinho”, por causa do nome, e nem ele mostrando os conhecimentos que tinha de catolicismo, não tinha Cristo que fizesse provar que não era judeu, assim ele ficou conhecido: Judeuzinho.

Jacob, o judeuzinho, que não era judeu e sim católico apostólico romano, decidiu que fazer sanduíches já estava pra lá de chato, despediu-se de seus então novos amigos e foi trabalhar numa fábrica, que tingia couros. Ele, lá em Cambará, via o que se podia fazer com couro: bolas, sapatos, selas, chicotes, mas nem imaginava como o couro, ficava preto, marrom, as vezes vermelho e até verde!! O que ele achava interessante alguém usar couro, pintado de verde, na verdade achava até feio, estranho, mas então ele começou a passar seus dias tingindo couro, e quando olhava pras nuvens, já não enxergava bicho, nem sanduíches, na verdade começou a rarear imagens nas nuvens. Vai ver que ele tinha era que descobrir outras coisas pra Deus mostrar nas nuvens. No primeiro mês que ele começou a trabalhar nesta fábrica, entrou um antigo companheiro de chapa, que prontamente ficou feliz em encontra-lo, e que também ajudou a espalhar o singelo apelido, sendo assim, Judeuzinho ficou famoso por ser um católico judeu.

Um dia, , fez sozinho um sapato com retalhos de couro, seu gerente,

que este sim era judeu, achou o sapato bonito, e por ter como aprendizado de

sempre um judeu ajudar o outro, mostrou ao dono da fábrica. O dono da fábrica chamava-se Sr. Canaã, este também de mesma crença, e gostou muito do que viu. Chamou Judeuzinho pra sua sala e discorreu uma enorme conversa de que como ele, também começou de baixo e montou seu império a custo de muito trabalho e ofereceu

o notório cargo de “criador de peças para vestimentas”. Assim, em apenas 2 meses, Jacob já era o preferido do gerente, do dono, e um exemplo a ser seguido pelos colegas. O tempo então passou, Judeuzinho foi ficando famoso, pelos seus sapatos que foram cada vez mais sendo pedidos pelas grandes lojas e em menos de 3 anos, já tinha o mais alto cargo na fabrica, tinha ficado rico, ajudado seu amigo chapeiro colocando-o como seu ajudante pessoal até chegar o dia em que o dono da fabrica, que tinha apenas uma

3 comentários:

T disse...

Gostei de conhecer aqui. Criativo. Autêntico. Volto mais vezes. Beijo

Mariana Dandara * disse...

Gostei do teu blog. Você escreve bem, parabéns :)

Mariana Dandara * disse...

;)